A boa notícia é que a menor produção se traduziu em redução dos estoques, o que pode dar fôlego à indústria nos próximos meses (ler abaixo). O indicador do nível de estoque efetivo em relação ao planejado, por exemplo, caiu de 51,8 pontos em agosto para 50,6 pontos em setembro, aproximando do limite de 50 pontos – acima desse número, a indicação é de que há estoques indesejados.
O setor de veículos automotores teve a maior queda na produção entre os setores levantados pela CNI. O indicador apurado para esse ramo de atividade caiu de 58,1 pontos em agosto para 41,4 pontos em setembro deste ano, o que indica contração na produção. De acordo com o economista da CNI, Marcelo de Azevedo, tal queda se deve ao ajuste nos estoque das montadoras.
Apenas os indicadores para a indústria de bebidas e para a de derivados de petróleo apontaram em setembro que a utilização da capacidade instalada está acima no usual para o mês; sete, dos 28 setores pesquisados, apontaram índices abaixo de 40 pontos (uso da capacidade bem abaixo do normal), entre eles os de têxteis, automóveis e informática e aparelhos ópticos.
O setor de bebidas terminou setembro como o de melhor desempenho no país: seu indicador de evolução da produção chegou a 64,2 pontos, o de evolução no número de empregados foi a 56,8 pontos, e o de estoques, em relação ao planejado, caiu para 40,8. O setor tem a expectativa de demanda mais otimista da indústria, 70,5 pontos.
"A retomada do investimento vai se dar quando a demanda se recuperar", previu Azevedo. Os indicadores mostram que, em todas as regiões e na maioria dos setores há, em outubro, expectativa de maior demanda, maior compra de matérias primas e manutenção ou aumento do número de empregados. Os empresários avaliam que sua margem de lucro operacional no terceiro trimestre foi negativa, mas o indicador elevou-se em relação ao trimestre anterior e é o maior do ano.
"Os investimentos vêm caindo por quatro trimestres consecutivos e essa duração da queda é preocupante", disse o economista da CNI Marcelo de Ávila. "O investimento está mais barato, vai ter estímulo, mas primeiro é preciso aumentar a ocupação da capacidade instalada", analisou o especialista. "Acreditamos que, em 2013, com o efeito das concessões de infraestrutura e da taxa de juros, haverá crescimento mais equilibrado criando um círculo virtuoso."
(Fonte: Portal MP)