O Grupo RPH, fabricante de medicamentos, localizado dentro da Tecnopuc em Porto Alegre, foi um dos cases de sucesso e inovação durante o CEO Summit: série de encontros em todo país que discute as oportunidades de negócios. (Roberta Mello)
“O sonho de empreendedorismo está em todo brasileiro. O que falta, ainda, é conhecimento”, disse um dos fundadores da Azul Linhas Aéreas e mentor da Endeavor Pedro Janot durante o CEO Summit, evento realizado ontem à noite com o objetivo de sanar as dúvidas de jovens interessados em abrir o próprio negócio. Realizado pelo Endeavor Brasil, EY (nova marca da Ernst & Young) e Sebrae, o Chief Entrepeneur Officer Summit Sul integra uma série de encontros realizados em todo o País a fim de criar um ambiente empresarial otimista e debater a necessidade de construir legados.
Com uma trajetória entrecortada por um acidente que o obrigou a reestruturar completamente sua vida pessoal e profissional, Janot contou que sua experiência em dirigir empresas no momento de transição contribuiu para dar a volta por cima. Responsável pela vinda da Zara ao Brasil e um dos fundadores de uma das principais companhias aéreas nacionais, Janot explicou que “assumir um projeto no que chamamos de greenfield, terreno aberto, ajudou depois do acidente”. “Todos os empresários têm a obrigação de dividir esses aprendizados com os demais”, defendeu.
Criada recentemente, em 2000, por Rafael Madke, o Grupo RPH, fabricante de medicamentos localizado no Tecnopuc em Porto Alegre, foi um dos cases de sucesso e inovação levados ao palco do evento. Falando para uma plateia composta basicamente por empresários da sua faixa etária, Madke dividiu as dificuldades vividas pela empresa e enfatizou a importância de investir em pessoas e na cultura empresarial.
Presidente executivo da empresa familiar Artecola, Eduardo Kunst, lembrou que assumir uma empresa consolidada pode ser tão desafiador quanto criar um novo empreendimento. “Cada geração tem uma responsabilidade diferente e manter-se em constante evolução é um desafio”, disse, lembrando da importância de todas as empresas inserirem a palavra sucessão no seu vocabulário.
Com a experiência de quem assumiu um negócio criado pelo avô, Kunst admite que é difícil falar em sucessão a jovens tão imediatistas, mas ainda é uma necessidade. “Pensar na sucessão hoje em dia não é pensar em aposentadoria, mas na mudança de planos e desenvolvimento de novos empreendimentos”, explica o empresário, adiantando que o tema integra a pauta governança dentro da Artecola.
Estudo da Endeavor Brasil mostra que 19% dos brasileiros acha muito provável abrir uma empresa nos próximos cinco anos. Contudo, levantamento do Sebrae aponta que em torno de 70% das empresas brasileiras quebram no primeiro ano. Para a executiva responsável pelas operações da Endeavor no Rio Grande do Sul, Bruna Eboli, é preciso mostrar que transformar sonhos em negócios é uma realidade possível. “Ao compartilhar grandes histórias, buscamos disseminar a cultura empreendedora no país e inspirar o desenvolvimento de novas ideias”, afirma.
Com 13 anos de história, os encontros do CEO Summit acontecem anualmente. Em 2014, já reuniu empreendedores em capitais como Fortaleza e Minas Gerais. São Paulo será a próxima cidade a receber histórias inspiradoras de empreendedorismo.
Fonte: Jornal do Comércio (15/12/2014)