ARTIGO: Falando sério sobre automedicação
Pesquisa recente em 12 capitais do país reaviva o debate sobre os riscos da automedicação. Segundo o estudo, 76,4% dos brasileiros se automedicam e um terço desse contingente afirma não seguir orientação de médico ou farmacêutico para definir a dosagem.
O ponto recorrente suscitado pela pesquisa — que causa estranheza — é a crítica genérica e superficial de alguns médicos e farmacêuticos à automedicação, como se ela fosse condenável em si.
Na verdade, praticar a automedicação não é nenhum absurdo. É um procedimento recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como meio eficaz de cuidar de indisposições leves, desde que feito com responsabilidade e segundo as indicações do produtor.
Em todo o mundo, os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) são adequados ao tratamento de sintomas e males menores, como dores e resfriados, porque seus princípios ativos estão bem abaixo das doses tóxicas.
Além disso, os MIPs desoneram os sistemas públicos e privados de saúde, liberando recursos para casos que demandam mais atenção. Algo desejável num país com ainda tantas carências nesta área como o nosso.